sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

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Uma das lembranças dos tempos de FHC são os apagões. Nas últimas semanas, sofri com algumas quedas de energia que me deixaram na Idade da Pedra. Sem televisão, videogame, sem conexão com o mundo... fico sem saber o que fazer. Mesmo o meu violão... como vou tocá-lo sem olhar cifras na internet? Conclusão: eu, como primata, homo erectus, neanderthal ou chimpanzé, sou um completo inútil.

E ontem a energia caiu duas vezes aqui no trabalho. A primeira de manhãzinha e a segunda no final da tarde. E aconteceu que na segunda queda perdi tudo o que tinha feito após o almoço. Não, eu não estava usando aquela porcaria do Microsoft Word que salva os arquivos automaticamente de tantos em tantos minutos... estava utilizando Adobe Photoshop para desenhar. Não perdi uma tabela ou algo do tipo. Perdi um desenho. Uma obra de arte única, inigualável, irreproduzúvel e incompiável. E o pior é que tava ficando bom. Perdi. Pra sempre. Aos poucos começam a sumir da minha memória todos aqueles traços aos quais tanto me dediquei e que se perderam no espaço-tempo. É como se nunca houvessem existido. Mas eu refiz o desenho. Uma cópia quase fiel do anterior, mas não igual. É como se eu o tivesse clonado. Mas o original se foi... pra sempre. Eis o impostor. É uma representação de teia alimentar.



Um comentário:

  1. Eu fico puto quando acontece isso. E esse desenho ficou bom, imagina o outro então.
    Um dia cheguei chapado em casa e viajei no melhor riff de guitarra da história. Gravei no celular pensando: "Que Tony Iommi, que nada. Esse sim é um puta riff". No outro dia descobri que não gravei. Até hj não sei o que aconteceu. Toda vez que falo nisso me dá dor de barriga.

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