sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Falta de foco (ou tangentes descontroladas do ócio semi-produtivo)


A vida de um artista que ainda não se encontrou como artista é difícil. Ele quer produzir, mas não consegue porque alguma força invisível o impede. Talvez possamos dar nome a essa suposta entidade: preguiça, jabaculê, incapacidade, pindaíba, azar, medo... enfim... não importa. O que importa é a que a improdutividade toma conta do ser durante todo o dia e apenas quando o indivíduo vai dormir, naquele momento que ele se deita entregando-se a Morfeu (é esse o nome do cara? O que inspirou o Sandman lá do Alan Moore?) as idéias vem. Dizem que naquela hora antes de dormir, onde há uma linha tênue entre a vigília e o sono, estamos com a sensibilidade mais aflorada e mais abertos ao mundo espiritual, essas coisas... mas, como não sou especialista, acredito em parte e não sei explicar. O fato é que minha mente trabalha loucamente nesse momento, tenho idéias extremamente criativas para contos e romances, componho letras e melodias, penso em projetos teatrais e investidas artísticas em mídias alternativas... ops. Acho que me entreguei. Sim, estou falando de mim mesmo. É comigo que acontece tudo isso. E o grande problema é que na manhã seguinte, além de já ter esquecido de tudo, não tenho mais a energia que me acompanhava na madrugada anterior. E o ciclo se repete. Mas nem tudo está perdido. Descobri que minha sensibilidade e criatividade afloram em outros momentos. Se eu disser que é no chuveiro, muita gente vai achar extremamente banal. Mas uma ducha quente é algo tão relaxante que não tem como não funcionar. Mas eu precisava ir além disso, afinal, um artista tem que ter um diferencial, uma peculiradidade, algum toque de excentricidade que o diferencie do homem comum. E o este tem idéias no chuveiro, enquanto o artista tem idéias cagando. Mas como detesto sentar no trono, atividade que aliás nada tem de relaxante pra mim pois sinto-me violentado pelos meus próprios dejetos, tive que buscar uma outra alternativa. Coincidentemente, esta opção também estava relacionada com o ato de defecar, mas desta vez não o meu, mas o da minha cachorra querida. Minha linda cachorra Milú já tem quase 14 anos de idade e é uma senhorinha conservada. Desde os meus 13 anos, levo ela pra passear e fazer xixi e cocô nas ruas, porque como ela é uma lady, não faz dentro de casa. O fato é que recentemente comecei a perceber que minha capacidade criativa fervilhava durante os passeios caninos diários e, com um pouquinho de esforço, comecei a anotar minhas idéias para que não morressem ali. Bom, as idéias estão lá, aqui, acolá... em alguns blocos de notas ou arquivos de word... algumas ainda não passei a limpo da minha cabeça. Mas ainda são idéias. E enquanto estão apenas no limbo da minha trindade cérebro-papel-computador, ainda não tem valor moral. Não tendo valor moral, não existe... ainda.

2 comentários:

  1. Os meus momentos mais criativos são no trabalho, onde tenho que trabalhar afinal ne? e na rua quando estou voltando pra casa.

    Tenho pensado em tirar do meu trabalho a inspiração...numa espécie de paródia do mundo geek e sua necessidade constante de atualização celularistica, computadoristica...mais atual, impossível..

    Bjsss

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  2. caracas... tb tenho idéias brilhantes no chuveiro! huahuahuauhauhuuahua
    mas, o excesso de trabalho acabou com esse momento criativo antes de dormir! ainda bem, adoro deitar e dormir, sem ser atormentada pelas minha idéias!!

    o nome, sim é Morfeu, ou Morpheus! entidade grega, semi-deus, dos sonhos...

    beijo queijo e bom dia!

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