terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Inferno Astral


Dois dias antes do meu aniversário, a minha cachorra Milú se foi. Ela tinha 14 anos, quase 15, e já estava bem velhinha. Nas últimas semanas, ficou bastante debilitada. Agora ela não está mais entre nós.

Uma parte de mim se foi com ela. E uma parte dela fica aqui comigo.

Um monte de lembranças fica na memória. Incontáveis, desde suas diversas expressões faciais, o som de seus latidos, a textura de seu pelo, todo o trabalho que ela dava, a companhia... rotinas que se repetiram constantemente durante anos e também alguns muitos fatos isolados peculiares.

Mais da metade da minha vida estive com ela e agora sinto que não estive o bastante. Parece que foi pouco. Eu queria ter estado mais.

Fico pensando para onde que ela foi agora. São diversas crenças sobre a vida após a morte e sobre a vida após a morte dos animais. Acho estúpido dizer que cachorro não tem alma. Talvez ela esteja me esperando em algum lugar melhor e um dia iremos nos reencontrar. Também li num livro que na Mongólia se acredita que os cães reencarnam como seres humanos na próxima vida. E então eles podem caminhar entre nós com suas duas pernas, apertar nossas mãos com seus polegares e nos dar um olá. Enfim... tanto faz. Seria mais justo que os cachorros vivessem como tartarugas ou papagaios. Porque me parece que eles vivem muito pouco comparando com nós.

Bom... que vá em paz, Milú. Descanse.

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