Ontem fiz uma visita inútil ao Palácio do Governo do Estado de São Paulo. Como funcionário público estadual, inventaram essa excursão inútil como integração ou sei lá o que entre os funcionários. Nos deixaram esperando o ônibus na chuva, pra começar. Depois, nos fizeram entrar no Palácio do Careca como se fôssemos criminosos... passando por detector de metal e tudo... como se quiséssemos estar ali.
Já que estava lá fui apreciar as obras de arte. Aí apareceu uma tiazinha falando sobre o acervo do Palácio e que se tivéssemos alguma dúvida, ainda que boba, deveríamos perguntar pra ela. Observei vários quadros tenebrosos dos ex-governadores. Parecia filme de terror. Tinha desde o Maluf mais jovem até o Mario Covas já retratado a óleo com câncer. Sim, o cabelo no quadro era o mesmo da época em que ele estava fazendo químio... bizarro... macabro... de mau gosto. Por incrível que pareça, os quadros menos macabros eram o do Quércia e o do Fleury. Além dos quadros desses figurões, tinham também belas pinturas de grandes mestres como Di Cavalcanti... até que reparei um erro... Na obra Semeadura de Clóvis Graciano, a identificação dizia "óleo sobre madeira" e era óleo sobre tela. Aí lembrei da tiazinha que trabalhava lá no palácio e fui avisá-la sobre o erro:
- Então... aquele quadro ali... tá escrito que é óleo sobre madeira... mas não é madeira.
- É madeira - disse a tiazinha com convicção.
- Olha... eu acho que é tela... não é madeira - rebati cheio de dedos para não ofendê-la.
- É madeira - disse com firmeza.
- É madeira - disse com firmeza.
Convencido que 2+2=5, calei a boca e me recolhi à humilde posição de empregado do gov.

Piadinha violenta:
ResponderExcluirEra só dar com o quadro na "lata" dela e depois dizer:
"Tá vendo como é tela?!Porque se fosse madeira..."
Empregado do governo, quase um engraxate como eu.
Abração
Vai ver que foi ela que fez a legenda!
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