quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Estúpidos Poderes

Ontem fiz uma visita inútil ao Palácio do Governo do Estado de São Paulo. Como funcionário público estadual, inventaram essa excursão inútil como integração ou sei lá o que entre os funcionários. Nos deixaram esperando o ônibus na chuva, pra começar. Depois, nos fizeram entrar no Palácio do Careca como se fôssemos criminosos... passando por detector de metal e tudo... como se quiséssemos estar ali.

Já que estava lá fui apreciar as obras de arte. Aí apareceu uma tiazinha falando sobre o acervo do Palácio e que se tivéssemos alguma dúvida, ainda que boba, deveríamos perguntar pra ela. Observei vários quadros tenebrosos dos ex-governadores. Parecia filme de terror. Tinha desde o Maluf mais jovem até o Mario Covas já retratado a óleo com câncer. Sim, o cabelo no quadro era o mesmo da época em que ele estava fazendo químio... bizarro... macabro... de mau gosto. Por incrível que pareça, os quadros menos macabros eram o do Quércia e o do Fleury. Além dos quadros desses figurões, tinham também belas pinturas de grandes mestres como Di Cavalcanti... até que reparei um erro... Na obra Semeadura de Clóvis Graciano, a identificação dizia "óleo sobre madeira" e era óleo sobre tela. Aí lembrei da tiazinha que trabalhava lá no palácio e fui avisá-la sobre o erro:

- Então... aquele quadro ali... tá escrito que é óleo sobre madeira... mas não é madeira.
- É madeira - disse a tiazinha com convicção.
- Olha... eu acho que é tela... não é madeira - rebati cheio de dedos para não ofendê-la.
- É madeira - disse com firmeza.


Convencido que 2+2=5, calei a boca e me recolhi à humilde posição de empregado do gov.


2 comentários:

  1. Piadinha violenta:

    Era só dar com o quadro na "lata" dela e depois dizer:

    "Tá vendo como é tela?!Porque se fosse madeira..."

    Empregado do governo, quase um engraxate como eu.

    Abração

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  2. Vai ver que foi ela que fez a legenda!

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