quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Ler pra não emburrecer (Parte 2)

Já tem algum tempo que estou para escrever algo sobre o meu xará Paulo Coelho e o post de ontem foi extremamente propício, pois o escritor foi citado em um dos comentários.

Muita gente fala mal de Paulo Coelho, o escritor brasileiro mais lido no mundo e o autor traduzido em mais línguas. Geralmente mal visto no meio intelectual, não se pode negar que ele é um fenômeno. Dizem que quando um escritor faz mais sucesso fora do país do que dentro, é porque o tradutor é melhor escritor que o original, mas não creio que isso se aplique a Paulo Coelho. Não digo que Paulo Coelho é o melhor dos escritores, mas não se pode dizer que ele não é bom. Mais do que isso, é um grande marketeiro e empreendedor. O mesmo poderíamos dizer sobre Pelé. Não é todo mundo que concorda que ele é o melhor de todos os jogadores na história, ele apenas teve a melhor propaganda. Mas jamais diria que ele não foi um jogador excepcional.

Eu nunca tinha lido Paulo Coelho até o final do ano passado e por isso me recusava a falar bem ou mal dele. Para poder opinar, li o best-seller "O Alquimista", que segundo as más línguas, fez o autor transformar merda em ouro. Terminei de ler e achei um livro levíssimo e agradável. Pensamentos profundos, mas nem tanto. Lições de vida e espiritualidade. Talvez um livro de auto-ajuda romanceado. Escrito de uma forma democrática, onde qualquer pessoa possa entender. O único ponto negativo que vi na obra é que ele é muito repetitivo. Paulo Coelho repete determinados conceitos até a exaustão, como se estivesse ensinando comandos a um cão.

Mas no balanço geral, o resultado da experiência foi positivo e ainda não entendo porque ele é tão adorado por uns e tão odiado por outros. Talvez por ter realizado o incrível feito de se tornar milionário com literatura? De conseguir o sucesso ainda em vida? De ter feito parceria com Raul Seixas? Enfim. Creio que devemos ter mais dedos ao criticar alguém que produz literatura, afinal ninguém lê. E precisamos de autores que estimulem a iniciação literária, o que não pode ser feito através de um Dostoiévisky. Paulo Coelho está cumpindo seu papel. Imagina só se em vez de escrever ele estivesse compondo letras e melodias de funk pancadão?

5 comentários:

  1. Gostei desse jeito riscado de desenho. Quanto ao Paulo Coelho, ainda não terminei de ler O Alquimista. Acho que sou mais rápida lendo livros "cabeção" tipo pierre levy que fundem a cabeça e complicam tudo. Preciso ler coisas mais leves.

    Bjo!

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  2. Já li alguns livros dele, inclusive "O Alquimista", mas sinceramente...não sou muito fã, prefiro Nelson Rodrigues,Clarice Lispector.

    www.a-setima-efervescencia.blogspot.com

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  3. Bem, fui eu quem comentou sobre o Paulo Coelho no post anterior.

    Como você mesmo reconheceu no seu texto, os méritos do escritor estão associados muito mais ao seu poderoso marketing do que à profundidade de seus livros.

    Na verdade, o que ele faz é vender livros auto-ajuda revestidos de espiritualidade, sob a imagem de alguém muito ligado ao ocultismo, Aleister Crowley e outras baboseiras.

    Por essas e outras, não o considero fenômeno literário, pois ele pouco acrescenta à literatura enquanto arte. Seria como considerar NX Zero um fenômeno musical. É tão somente um fenômeno de vendas.

    No mais, parabéns pelos desenhos, são muito bons!

    Abraços

    http://papoemelodia.blogspot.com

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  4. é... tem coisas piores!
    eu não gosto... li e não gosto, acho bobo.

    beijos

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